Jubileu em Aparecida reúne operadores de justiça de várias partes do Brasil
Tuesday, September 9, 2025 | ASCOM - Diocese de Tubarão
A Assessoria de Relações Institucionais e Governamentais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) reuniu juízes, desembargadores, ministros, procuradores, advogados e operadores do direito canônico, no último final de semana, no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida. O grupo, composto por cerca de 50 pessoas, participou do Jubileu dos Operadores de Justiça, realizado no Santuário Nacional de Aparecida (SP). No centro das reflexões, o tema ligado ao Jubileu 2025: “A esperança não decepciona: fé que inspira a justiça com equidade” (cf. Rm 5,5).
Da Diocese de Tubarão, esteve presente o Pe. Rafael Uliano, que é Assessor Jurídico-Canônico da Comissão de Proteção dos Menores e Vulneráveis da Diocese.
Acolhida sob o manto da Mãe Aparecida
A peregrinação começou no sábado, 6, com a acolhida na Capela dos Apóstolos, localizada atrás do nicho que guarda a imagem original de Nossa Senhora Aparecida. O arcebispo de Porto Alegre e presidente da CNBB, cardeal Jaime Spengler, deu as boas-vindas aos participantes, destacando a importância da esperança cristã para o exercício da justiça.
Em seguida, o redentorista irmão Alan Zucheratto conduziu a oração do Santo Terço. Ao final, uma surpresa emocionou os peregrinos: o nicho girou, revelando de perto a imagem original da Padroeira do Brasil, diante da qual todos puderam rezar em silêncio e, em seguida, cantar a oração da Consagração à Nossa Senhora.
Celebração Eucarística
No domingo, 7, os participantes iniciaram a programação com a Santa Missa no Santuário Nacional, presidida por dom Jaime. Meditando a liturgia do 23º Domingo do Tempo Comum, o cardeal chamou a atenção para o desapego e o abandono das seguranças e autojustificativas.
Recordando palavras do Papa Francisco, destacou: “Quando caminhamos sem a Cruz, edificamos sem a Cruz ou confessamos um Cristo sem Cruz, não somos discípulos do Senhor: somos mundanos.”
Em sua homilia, afirmou:
“A renúncia que o Senhor nos pede é re-anúncio. Re-anunciar uma nova identidade de si mesmo e das coisas que compõem o universo, alimentando assim a comunhão de tudo e de todos com Aquele que é a raiz, a fonte, a origem da nova Humanidade, sustentada por valores éticos e morais, tendo no centro o cuidado e a promoção da vida desde sua origem até o seu ocaso natural.”
Concluiu recordando a contribuição do Concílio Vaticano II e das Assembleias do Episcopado Latino-Americano, que ajudam a Igreja a compreender que não basta ser cristão apenas de nome:
“É preciso que sejamos discípulos críveis e exemplares de Jesus; que imitemos seus gestos, palavras, atitudes, feitos, obras; que cultivemos em nós os seus sentimentos, sua paixão pelo Pai.”
Reflexão sobre fé, justiça e equidade
Após a Missa, tiveram início as conferências. Dom Jaime recordou momentos importantes da atuação da Igreja no Brasil na promoção da justiça, como a colaboração da CNBB na elaboração da Constituição Federal de 1988 e a realização de seminários sobre ética e sociedade. Inspirado também pelo magistério do Papa Francisco, destacou que “uma sentença justa é uma poesia que repara, redime e nutre, capaz de curar as feridas dos pobres”.
O cardeal também refletiu sobre a justiça como valor, não apenas como fato ou legalidade:
“A justiça não faz os justos; são os justos que fazem a justiça.”
A segunda conferência foi conduzida pelo jurista José Renato Nalini, que abordou o papel da esperança cristã no exercício da justiça.
Texto e foto: Paulo Augusto Cruz/CNBB